segunda-feira, 15 de março de 2010

Retratos quase sinceros

Ela não mentia porque achava isso demasiado esgotante...Uma mentira para ela tinha de ser absolutamente indispensável. O trabalho mental e físico necessário para a representação eficiente de uma mentira só se justificava quando a verdade mesmo que ligeiramente maquilhada se revelava demasiado embaraçosa, pessoal e triste.
De quando em quando dizia verdades momentâneas e só mais raramente, verdades futuras...


Ele mentia porque achava que a sua verdade não inspirava confiança. Uma mentira para ele era a forma de evitar ser visto como demasiado leve pelas pessoas que gostava. Desligadas da linguagem do seu corpo, as suas afirmações e respostas repetiam-se tornando-se gastas, pouco apaixonadas e cada vez menos aptas para o resultado pretendido.
Sempre que possível omitia e tentava deixar em pausa as perguntas o tempo suficiente para não ter de responder…

4 comentários:

Eu disse...

Para EU o grande problema é saber distiguir a mentira da verdade, a fantasia da realidade, o que é e o que não é. EU acredito que cada um de nós vive numa realidade paralela... Será que é por isso que ninguém se entende?

mc disse...

Tenho duas soluções alternativas:

- O uso da apurada intuição feminina;
- O não tentar entender as "realidades paralelas" de cada um (a privacidade é agradável) e tentar usufruir ao máximo das coisas inexplicáveis.

Se cada um de nós vive numa realidade paralela é fantástico as pequenas partes dessas realidades coincidirem ou completarem-se. De tempos a tempo!

Paulo Moreno disse...

Olá miúdas!

Acho que tem piada fazer comentários a coisas que já têm 2 meses. Isso de estar em cima do acontecimento é muito "passé".

Até a mais honesta das afirmações é mentira. Ora vejamos:
Tudo o que é dito ou escrito advém de uma interpretação pessoal e também só é dito porque há uma motivação egoísta de dizer algo. Agora se pensarmos que todos os seres humanos(excepto eu) são imperfeitos, então também essas interpretações e motivações estão sempre, no limite, falsas. Logo tudo aquilo que é dito é falso, incorrecto, ou por outras palavras: é mentira. A não ser que seja dito por mim ou a concordar comigo.

mc disse...

Olá!!!

Impressionante!

Que mais posso dizer...

Concordo contigo! eheheh

(Sinto que o início do teu comentário foi uma forma pouco subtil de afirmar que este blog anda assim para o parado...)