domingo, 1 de março de 2009

Palidez ou perversão eterna?



Existir um purgatório, onde são ponderadas as boas e más acções realizadas na vida terrena, parece-me demasiado simples e até injusto.

E se um bom samaritano quiser ir para o inferno? Deveria ter pensado nisso enquanto oferecia comida aos pobres ou quando evitou a todo o custo envolver-se com uma mulher casada?

Penso que a escolha do tipo de vida após a morte deveria ter uma participação mais activa dos interessados.

Que tal a implementação de um sistema semelhante às candidaturas universitárias? As almas penadas concorrem e entram aquelas que apresentam melhores notas (boas ou más atitudes).
Várias acções de marketing da parte do inferno e do céu também seriam bastante úteis, até porque um recém morto pode ter alguma dificuldade a fazer escolhas. Os tempos dourados do céu já foram e o declínio passa, entre outras coisas, pela táctica agressiva de angariação de novos elementos por parte dos diabos: o mershandeising: "good girls go to heaven, bad girls go everywhere", os trajes sexys em latex, a associação que o comum mortal faz do calor ao prazer.


Anjos responsáveis pela aquisição de membros bondosos deixo-vos um conselho:

O uso de cenários celestes em anúncios de pastas para barrar o pão a que dão o nome de queijos não vos ajudam! Não vendam assim a vossa imagem! E essa palidez! Acredito que vá ficar na moda com o crescimento de casos de cancro na pele mas entretanto façam qualquer coisa animada! Têm de alterar a ideia de que o paraíso é frio, que os mortos bondosos e caridosos são inexpressivos e distantes. Ainda para mais tendo em conta o trabalho, que actualmente, dá ir lá parar! Porque acredito que não basta o arrependimento 5 minutos antes da morte! É quase tão difícil como entrar em medicina (mas os médicos têm um estatuto e salários agradáveis)!

Sugiro ainda um sistema misto. Uma parceria entre opostos: pacotes de estadias no paraíso com período de férias no inferno ou o inverso. A eternidade é muito tempo....podem dividir os lucros...