terça-feira, 25 de setembro de 2012

Reestruturação do blog

1 - A primeira ideia de blog que tive consistia em relatar o "mundo selvagem" de um quintal de 200m2. Iria publicar fotografias de episódios da flora e fauna presente num pequeno espaço verde e tentar comentá-las de forma cada vez mais rigorosa. Não avançou por duas razões principais: O quintal era dominado por demasiados predadores e a minha capacidade de captação de imagens com boa qualidade era muito baixa;

2 - A segunda ideia para um blog era mais simples e não exigia gastos. Bastava reflectir sobre temas do quotidiano e montar pequenas discussões mais ou menos racionais. Os posts deveriam ser exercícios de escrita criativa divertidos que divertissem quem os lesse. Avançou, apesar dos muitos periodos de silencio. O modelo continua a agradar-me ou melhor, a divertir-me...mas....e dai surgir o terceiro ponto deste texto, comecei a questionar a pertinência dos ex-futuros posts armazenados em forma de gravações no meu telemóvel. E finalmente descobri o que se passa!

3 - Fui atacada pela necessidade de aumentar a minha consciência politica e cívica - doença ciclica que tem por origem bactérias que se desenvolvem em periodos de crise e convulsão. Não sendo esta uma doença rara ainda não foram encontradas soluções e até há quem defenda a necessidade de proteger e difundir a maleita. Eu concordo.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Retrato III: a poetisa que morreu idosa

Houve um momento da sua vida em que escrevia muito: analisava, revia e guardava todos os seus sentimentos num papel, como se não existisse espaço dentro de si para os conter. Mais tarde deixou de o fazer mas não sabe explicar porquê. Talvez a sua paixão tenha diminuído. Ou terá crescido e tudo passou a caber dentro de si, mais ou menos catalogado, mais ou menos arrumado.

No entanto, num momento da sua vida ela escrevia muito, poesia, todos os dias. Versos próprios das adolescências tardias e de vidas adultas lânguidas: textos idealistas, poemas porno soft, ideias amarguradas em fermentação.

Depois leu, algures, que os poetas morrem cedo. E mesmo achando poética a ideia de morte prematura deixou de escrever, por esta ou por qualquer outra razão.